FILOSOFIA MEDIEVAL

A LINGUAGEM EM GREGÓRIO DE NISSA E SÃO BOAVENTURA
Gregório de Nissa, teólogo e filosofo cristão nascido na Capadócia, nasceu em 335 d.C. e morreu em 385 d.C., em Nissa Capadócia, era venerado em Catolicismo Romano, Ortodoxia Oriental, Anglicanismo e Luteranismo. Foi Consagrado bispo de Nissa, honrado como santo e doutor da igreja, pela igreja Católica Romana e pelas igrejas Ortodoxas Orientais e pertence ao grupo de conhecido como padres da Capadócia.
No pensamento de Gregório de Nissa o homem é o elo entre dois mundos: o sensível e o inteligível. Por seu corpo, encontra-se unido ao mundo sensível; por sua racionalidade, ao inteligível. É superior às plantas, que existem e vegetam, e aos animais, que existem, vegeta e sentem. Na verdade, a alma humana comporta todas estas perfeições e ainda a racionalidade.

A LINGUAGEM SOBRE A CRIAÇÃO DO HOMEM DE GREGÓRIO DE NISSA
Para Gregório, o universo é constituído de dois mundos: o visível ou sensível e o invisível ou inteligível. Ele pontua:
Dois são os planos que o pensamento divisa na realidade, onde a especulação distingue o mundo inteligível e o mundo sensível. E nada poderia conceber-se fora desta divisão na natureza dos seres existentes. (...). De fato, a natureza do inteligível é uma realidade incorpórea, inapreensível e sem forma; a natureza sensível, ao contrário, como o próprio nome indica, está sujeita à percepção dos sentidos.
Ora, o homem, por seu corpo, está unido ao mundo sensível; por sua alma inteligível, encontra-se unido ao invisível. Assim sendo, o homem é o elo entre os dois mundos.
Por sua racionalidade, o homem alcança o ápice da perfeição do mundo sensível. É superior aos animais que existem, nutrem-se e sentem, é superior às plantas que somente existem e nutrem-se, e ultrapassa, é evidente, também os seres inanimados que apenas existem. Na verdade, no homem encontram-se todos os graus da vida, pois ele nutre-se, sente e pensa.
Para Gregório a alma, de um modo geral, pode ser definida como um princípio que anima um corpo. Desta sorte, a alma racional do homem é uma substância que, unida ao corpo, dá vida e sensibilidade a ele. Ela não existe antes do corpo; do contrário seríamos levados a afirmar a possibilidade da transmigração das almas, o que é inadmissível não somente do ponto de vista cristão, mas também por causa da própria natureza de cada espécie. De fato, como pensar que uma alma racional possa habitar uma planta ou a alma de um animal, destituída de racionalidade, passe a habitar um homem? Tampouco a alma existe depois do corpo, pois um corpo sem alma não é um corpo e sim um cadáver. Logo, em virtude da estreita unidade do composto, só nos resta afirmar que a alma passa a existir simultaneamente ao corpo. 
O homem, como já apontamos, é um animal racional. Dotado de pensamento, ele é capaz de expressar o que pensa por meio da palavra.  Além disso, podemos notar que é em virtude de ser um ser pensante que o homem se torna capaz de ordenar as suas atividades e as próprias coisas que o rodeiam.
SÃO BOAVENTURA

“Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”.

São Boaventura, doutor da igreja, ele enriqueceu o século XIII e toda história da igreja, religioso, sacerdote, filósofo, teólogo, professor, superior da ordem, bispo e cardeal. Nasceu Giovanni de Fidanza (1221-1274), italiano, de  Bagnoregio, na região do Lácio perto de Viterbo na época parte dos Estados Papais. Um fato que aconteceu quando ele ainda era menino influenciou o seu discernimento e a opção de apenas com 17 anos entrar para a vida religiosa, pertencendo a ordem dos frades menores. Ele tinha contraído uma grave doença e nem mesmo seu pai, que era médico, acreditava salvá-lo da morte. Uns contam que São Francisco de Assis passou por ali em missão, sua mãe pediu que orasse pela criança enferma, e ele pegou a criança em seu colo e disse “oh boa ventura”, daí seu o seu nome de Boaventura na vida religiosa. Outros já relatam que quando estava gravemente doente, sua mãe recorreu à intercessão de São Francisco de Assis, canonizado há pouco. E Giovanni foi curado. A presença do Pobrezinho de Assis se tornou ainda mais familiar para ele alguns anos depois, quando se encontrava em Paris para estudar na Universidade de Alexandre Hales, ele entrou para a Ordem Franciscana em 1243. 

Teólogo e filósofo escolástico medieval.  Sétimo ministro-geral da Ordem dos Frades Menores, Cardeal-bispo de Albano. Boaventura foi canonizado em 14 de abril de 1482 pelo papa Sisto IV e declarado Doutor da Igreja em 1588 pelo papa Sisto V como "Doutor Seráfico" (em latim: Doctor Seraphicus), morreu em 15 de julho de 1274. Foi um homem de ação e de contemplação, de profunda piedade e de prudência no governo.

A LINGUAGEM EM SÃO BOAVENTURA


É na linguagem que o Santo depara com a solução da indeclinável exigência de Deus com a determinação do sensível. Exaltar-se que para ele a linguagem corresponde à dinâmica da expressão, (expressionismo), e não da representação, e que sua exposição é incongruente, assim como para a poética, com a distinção de um “dentro” e de um “fora” da linguagem. É uma maneira que beneficia a continuidade e o equilíbrio; sendo chamada, por alguns intérpretes de Boaventura, pelo emblemático título de coincidência dos opostos, “a chave de acesso à sua metafísica, à sua lógica e à sua retórica. ”
O conhecimento sensível, iluminativo e o científico são implicações da aptidão ilimitada da mente humana que busca conhecer-se, conhecer a realidade que a cerca, e elevar-se, fluir para o ôntico fontal, origem e termo de todo conhecimento que é Deus, por meio de seus vestígios, imagens, sombras e sinais revelados no mundo. A esse conhecimento cognitivo de outra ordem, o amor, São Boaventura diz ser o maior aprendizado que a mente humana pode alcançar, o apex mentis ou ápice da mente.

REFERENCIAS:
GREGÓRIO. A Grande Catequese. Trad. Bento Silva Santos. Rev. Iranildo Bezerra Lopes. São Paulo: Paulus, 2011. VI, 1. GILSON, Etienne. A Filosofia Na Idade Média. Trad. Eduardo Brandão. Rev. Carlos Eduardo Silveira Matos. São Paulo: Martins Fontes, 1995. p. 68: “O universo se divide em duas zonas, a do mundo visível e a do mundo invisível”.



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